20 junho 2006

No Amor não há medo

[1jo 4:18] No amor não há medo, antes o perfeito amor lança fora todo o medo; porque o medo tem consigo a culpa, e o que tem medo não está em amor.
Temos, portanto dois pontos opostos: Amor e Medo. Aprendemos que o medo trás consigo a culpa e quem tem medo não está em Amor.
[mt 6:24] Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
Não podemos viver com dois opostos ao mesmo tempo, pois quando agradarmos a um estaremos desagradando ao outro.
O que é oposto?
É o contrário, ou seja, a ausência do outro.
Qual o contrário do medo?
Muitos devem ter respondido a coragem. Então pergunto: a coragem é a ausência do medo?
Não, quando temos coragem para enfrentar um problema, não pressupõe a ausência do medo, mas uma reação diferente do que imaginamos como medo. Diante de algo que nos amedronta, resumidamente, temos 3 reações básicas: ficar paralisado, fugir ou enfrentar. As duas primeiras, relacionamos facilmente ao medo, na terceira, quando se enfrenta o problema, chamamos de coragem.
A qualidade de nossa vida está relacionada à amplitude de entendimento que temos da vida. O problema humano nesse caso está no fato de restringirmos as possibilidades a somente essas 3 reações básicas. Não visualizamos outra alternativa para enfrentarmos o problema. Jesus Cristo trouxe um novo paradigma, uma outra alternativa, essa é o amor.
Para vivermos essa alternativa, devemos entender o que é amor? Muitos consideram um tema muito complexo e que não encontraremos consenso. Muitos acham impossível definir o Amor. Agora vamos nos restringir ao entendimento relacionado ao medo.
Pela lógica simples: o medo é o oposto do amor, pois quem tem medo não está em amor. O medo é a ausência do amor. Devemos encontrar a característica do amor que melhor define o que é oposto do medo.
Pela eliminação, não é coragem, pois esta é o medo agressivo, quem enfrenta o medo. Podemos chegar ao oposto do medo encontrando a variável, nas situações, que diminui ou aumenta o medo.
Exemplo simples: quando começamos a namorar alguém, acreditamos nessa pessoa. Acreditar = dar crédito a algo ou alguém. Confiança = quando algo ou alguém em que acreditamos nos paga a dívida. Fruto de outro estudo a posteriori. Um dos nossos erros é entregar nossas vidas a quem acreditamos, não temos paciência para esperar a confiança. Nesse período confundimos o acreditar com o confiar. Nessa fase, nosso medo de sermos traídos é baixo. Então começam a acontecer algumas situações que minam a nossa confiança naquela pessoa. Nesse momento nosso medo começa a aumentar.
Quanto mais conhecemos alguém, mais temos segurança para confiar ou não em alguém. O nível do nosso conhecimento, entendimento, de algo ou alguém, nos trás segurança para confiarmos.
Percebemos que quanto menos confiança temos, maior nosso medo. Portanto o contrário do medo, sua ausência, chama-se confiança. Esta é representada pela certeza e convicção sobre o que conhecemos do outro. Este também é um sinônimo de fé.
[hb 11:1] ORA, a fé é a certeza das coisas que não se vêem e a convicção das coisas que se esperam.
Em outra tradução: ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.
Sobre o processo de construção de confiança (fé) estudaremos num outro momento.
A Bíblia fala que o justo viverá pela fé. Isso é comprovado pelo fato que sem a confiança, certeza e convicção, da recompensa de sermos justos, ninguém será justo. No Reino dos Céus há uma inversão nos fatores: paga-se o preço antes, depois recebemos. Em nossa sociedade é o contrário: primeiro o prazer, depois o preço.
Entendemos que há dois pontos opostos: Amor X Medo. A característica do amor que melhor exemplifica o oposto do medo é a confiança, portanto: Confiança X Medo.
O medo trás consigo a culpa. Somente há culpa se existe um acusador. Quem tem medo, está sendo dominado pela culpa, portanto está sob a influência de um acusador. Nesse caso sua vida está condicionada pela culpa.
Se vivemos condicionado, estamos presos. O Amor que Jesus Cristo ensina é o amor incondicional. Como posso eu sendo condicionado, viver o amor incondicional? Portanto quem vive com medo, está limitado em seu amor, devemos vencer o medo.
Isso tem uma implicação muito maior.
Não podemos servir a dois senhores, pois agradaremos a um e desagradaremos a outro. O senhorio está relacionado a quem nos influencia. Quem tem medo está sob a influência de um acusador, portanto dominado pela culpa. Quem é o acusador na Bíblia?
A culpa tem uma característica muito peculiar, quem sente-se culpado tem medo da conseqüência dos seus atos. Isso leva a uma tendência para tentarmos esconder nossos erros, pois temos medo da correção, ou seja, não confiamos no amor e misericórdia daquele que nos corrigirá. Quem te corrige? É um homem ou Deus? Nas mãos de quem está sua vida: nas dos homens ou nas de Deus?
[gl 4:7] Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.
Não somos mais servos, e quem afirma isso é o apostolo Paulo, somos filhos.
O que te influencia a servir a Deus? O Amor ou o Medo?
O escravo serve ao seu senhor por medo, o filho por respeito.
O princípio da sabedoria é o temor a Deus. Normalmente confundimos a palavra temor com tremor. Temor não é medo, mas profundo respeito. O filho serve ao seu Pai por profundo respeito, essa é a chave da sabedoria, isso é honrar pai e mãe. O profundo respeito tem como fruto a gratidão, outro estudo posterior.
Afirmo com convicção: Quem serve a Deus por medo, está enganado, pois está servindo à um acusador.
Se servimos a Deus por medo, estamos oferecendo sacrifícios repugnantes a Deus, pois Deus não vê como os homens, mas sonda os corações, sonda as profundas intenções do nosso coração.
[1sm 16:7] Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.
O homem vê o que está diante dos olhos, por isso Isaías disse e Jesus Cristo repete: vendo com os olhos não vêem, ouvindo não ouvem, pois não entendem com o coração, pois o coração está endurecido e ouviram de mau grado. Este é outro estudo posterior: Olhos Eternos X Olhos Temporais.
Jesus Cristo veio para libertar os cativos. Libertar é conduzir para a liberdade. Para vivermos o amor incondicional, devemos ser incondicionais, portanto se estamos presos estamos limitados em nosso amor. Devemos encontrar a liberdade para podermos viver o Amor de Deus e assim cumprir os maiores mandamentos:
1- Amar ao Senhor, teu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua força e de todo o seu entendimento;
2- Amar ao próximo, como a si mesmo.
Devemos aprender a encontrar a raiz dos frutos, pois de nada adianta, se queremos acabar com os frutos, atacar os frutos. A árvore continuará lá, continuará a produzir frutos. A falta de confiança é resultado da falta de conhecimento, da falta de entendimento. Quanto mais entendo sobre um assunto, mais tenho confiança para falar sobre ele.
Jesus Cristo diz:
[mt 7:21-25]"21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? 23 E então lhes direi abertamente:apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade, pois eu nunca vos conheci.
Comprova nosso estudo, pois se Jesus Cristo nunca conheceu esta pessoa é porque ela também não o conheceu. Todo conhecimento é relacional, tudo o que você aprende vem de uma relação com alguém. O conhecer Deus reflete a qualidade, não a quantidade, do seu relacionamento com Deus.
Percebemos também que essas pessoas, que nunca o conheceram, são pessoas que aparentemente são bons cristãos, pois profetizam, expulsam demônios e fazem maravilhas em nome de Jesus. Mas o que faz com que, por mais que tenham cumprido as regras, não entrem no Reino dos Céus? A intenção do coração.
Podemos cumprir todos os rituais, mas se o fazemos por medo, não estamos servindo a Deus. Estamos perdendo nosso tempo, devemos aprender a ter confiança.
A Bíblia diz que sem fé é impossível agradar a Deus. Tudo é possível aquele que crê.
Afirmo: Se por nossas atitudes geramos culpa nos outros, não estamos servindo a Deus, mas a satanás.
Quando geramos culpa, estamos tentando controlar a pessoa através do medo. Um das características mais nítidas nesse comportamento são as chantagens. Sirva a Deus, se não está no inferno e servir a Deus é me obedecer. Sirva a Deus, então terá um carro, ou poderá se casar. Todas essas formas de servir são condicionais. Não podemos amar incondicionalmente se somos condicionais, portanto não podemos conhecer a Deus, não podemos viver Deus.
[1jo 4] 12 Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor. 13 Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito... 16 E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele.
Se amarmos uns aos outros, Deus está em nós. Se amarmos incondicionalmente, Deus está em nós. Somente podemos amar incondicionalmente se, e somente se, formos incondicionais.
Como viver sem medo?
[1jo 4:17] A certeza que temos no Amor de Deus, nos trás confiança no dia do juízo; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo.
O dia do juízo não é somente o dia do juízo final. Está relacionado a todo o momento que sofremos a conseqüência dos nossos atos, influenciado muito em nossas decisões.
Aprendemos nessa passagem que é a certeza no Amor de Deus que nos trás confiança. Lembrando: certeza e convicção é fé. Mas como ter certeza no amor de Deus?
Somos muito arrogantes no fato de que tudo aquilo que é impossível para nós, achamos que ninguém conseguirá. Por exemplo: se eu sou infiel no meu casamento, dificilmente acreditarei que alguém poderá ser. Ai fazemos a relação com o que Jesus disse: antes de tirar o cisco do olho do seu irmão, retira a trave que há no seu, pois com a mesma medida que julgardes, sereis julgados.
Creio que o maior obstáculo dos homens para conhecerem Deus é o fato de quererem trazer Deus para a mediocridade humana e não buscam o caminho inverso, levar o homem a divindade de Deus. Creio que Jesus Cristo fazia o caminho certo, por isso é o caminho, a verdade e a vida, pois nos tira de nossa mediocridade e nos torna responsáveis para conquistarmos a divindade de Deus. Ele não nos poupa e diz: que recompensa tereis em amar os que vos amam? Amai os vossos inimigos e orei pelos que vos perseguem. Sedes perfeitos como o vosso Pai do Céu é perfeito. Jesus Cristo afirma, com autoridade, que podemos chegar a divindade de Deus, através da nossa busca, pois buscareis e achareis, pedi e dar-se-vos-á, batei e abrir-se-vos-á. Temos essa capacidade, pois o próprio Jesus Cristo nos afirma que realizaremos obras maiores.
Voltando, quando trazemos nosso entendimento de Deus para a mediocridade humana, temos um entendimento distorcido de Deus. Todo conhecimento é relacional. Para nos relacionarmos com Deus, sendo Ele luz, devemos refleti-lo. Quando nosso entendimento de Deus está preso pelo tempo, espaço, aos olhos temporais ou sensíveis, somos um espelho obscuro, como Paulo nos ensina em 1 coríntios 13. Jesus afirma que somos a luz do mundo, mas que não somos a fonte. A lua é a luz da noite, mas não é fonte de luz, apenas reflete a luz do sol. Assim também devemos ser, o reflexo da luz de Deus no mundo, mas para isso devemos ser um espelho perfeito e não obscuro.
Se somos condicionais, somos limitados em amar, portanto somos espelhos obscuros. Quanto mais incondicionais somos, maior nossa capacidade de amar, portanto maior será a nossa capacidade de refletir o amor de Deus, assim cumprimos nossa missão.
Voltando um pouco mais: a certeza que temos no amor de Deus nos trás confiança no dia do juízo, porque como Ele é, nós somos nesse mundo. Aqui está a chave de encontrarmos a certeza do Amor de Deus: ser como Ele é. Esse é um dos fatores mais importantes para pagarmos o preço para forjar nosso caráter como o de Cristo.
[rm 8:28-30]
Ser como Ele é, essa é a chave. Quanto mais somos amor, mais temos certeza do amor de Deus. Esse paradigma serve para outras análises: quanto mais perdoamos, mais certeza temos no perdão. Lembram da oração do Pai Nosso? Pai, perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos aqueles que nos tem ofendido. Encontramos a relação base da certeza no Amor: Ser como Deus é. Deus é amor, devemos ser e viver o amor incondicional.
Última afirmação: quem tem medo não está em amor, porque não ama, se não ama, não está servindo a Deus. Pois Jesus Cristo ensina: quem me ama segue aos meus mandamentos.